UCRÂNIA CONSEGUE RESTABELECER FORNECIMENTO DE ENERGIA PARA USINA NUCLEAR DE ZAPORIZHIA
Engenheiros conseguiram restaurar o fornecimento de energia externa para a usina nuclear de Zaporizhia, na Ucrânia, informou o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Mariano Grossi. O restabelecimento aconteceu horas depois de a usina ter perdido a conexão com sua última linha de energia em operação, por conta dos bombardeios russos na região durante o final de semana.
Após a conclusão dos trabalhos de reparação com sucesso, a linha de 750 quilovolts (kV) foi reconectada no domingo (9) à usina de Zaporizhia, a maior central nuclear da Europa. Assim, foi possível desligar os geradores a diesel de emergência que forneciam eletricidade de reserva para a planta desde sábado, quando houve o corte de conexão causado pelos bombardeios em Zaporizhia.
Importante lembrar que por mais que os seis reatores da usina estejam desligados a frio, a central nuclear ainda precisa de energia para resfriamento e outras funções essenciais de segurança e proteção nuclear.
O diretor-geral da AIEA condenou os ataques militares em áreas que podem afetar a segurança da central, inclusive nas cidades de Enerhodar e Zaporizhia. “Quase todos os dias há bombardeios na região onde está localizada a usina nuclear de Zaporizhia e onde vivem os trabalhadores da usina e suas famílias. O bombardeio deve parar, imediatamente. Já está tendo um impacto na segurança nuclear e na situação de segurança na usina”, disse Grossi (foto à direita).
A situação na Ucrânia se agravou durante o final de semana. No sábado, um ataque a uma ponte que ligava a Crimeia à Rússia recrudesceu o confronto. A ponte era uma instalação vital para o abastecimento das tropas de Vladimir Putin que estão em confronto na Ucrânia. Até o momento, o governo ucraniano não reivindicou autoria dos danos causados à ponte da Crimeia. Mesmo assim, os russos já deram sua resposta. No domingo, o país disparou mísseis contra a cidade de Zaporizhia, matando 17 pessoas e ferindo outras 60.
“Esses ataques militares em Zaporizhia e seus arredores aumentam o risco de um acidente nuclear, se atingirem as linhas de energia externas da usina ou dificultarem o fornecimento de suprimentos vitais de combustível e equipamentos”, disse o diretor-geral da AIEA. Grossi propôs o estabelecimento de uma zona de segurança e proteção nuclear em torno da planta, engajando-se em conversações de alto nível com a Ucrânia e a Federação Russa com o objetivo de acordar e implementar tal zona o mais rápido possível.
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